quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Vamos fazer greve sim. Mas vamos analisar as coisas também.




Um dia a gente consegue fazer uma greve. Tomara que seja logo. O sindicato está prometendo uma, e a associação atlética de Prudente tá prometendo também. Será que sai dessa vez?

A data é que tá complicada. O Sifuspesp fez o que eu acho que é o certo, deixou pra gente definir qual a melhor data. A associação marcou para o dia 10 de março, depois mudou para o dia 20 de março, mas hoje já vi postagem de que voltou a ser 10 de março.

O povo da minha unidade tá querendo que os dois, sindicato e associação, se unam numa greve só. Seria bom mesmo para a categoria. Quanto mais gente envolvida na greve, melhor será a chance da gente ter algum resultado positivo. Mas... (e com a associação sempre tem um “mas...”)

Sabe o que é? É que eu só consigo enxergar no Pequenolfo interesses dele próprio. Não vejo o cara fazer nada sem interesse. Não dá pra confiar. Basta olhar o site da associação atlética dos servidores da Justiça e dos ASPs de Prudente pra ficar com um milhão de pulgas atrás da orelha. Não faltam fotos do Pequenolfo com o Pinóquio, governador de São Paulo. Isso sem falar na escandalosa foto de confraternização de inauguração da sede da associação em São Paulo, Pequenolfo e Lourival sorridentes.

O cara sempre foi desse lado, dos poderosos. Sempre foi amiguinho do patrão e se orgulha disso (basta ver as fotos felizes dos compadres). E agora tá chamando greve? Isso cheira mal, muito mal. Não quero ser usada. Tem algum plano por trás disso. Não bate, não combina, não faz sentido.

Isso sem esquecer dos planos políticos pessoais do Pequenolfo. Sabe o que eu acho? (mas não tenho certeza e nem afirmo ser uma verdade, é só uma análise minha mesmo). Que o cara tá combinado com o governo. O governador deve soltar alguma coisa para nós por esses dias e o Pequenolfo está sabendo. Na hora H vai surgir um benefício e aí o cara vai dizer que foi ele que conseguiu. Tá armado o palanque da sua candidatura a deputado estadual, né não? É o que eu acho, sinceramente.

Já na greve do Sifuspesp eu vou. Eu confio, porque o sifuspesp tem suas falhas sim, mas a gente não pode negar que desde o ano passado que eles estão tentando mobilizar os funcionários. O fim da mobilização só pode ser ou a greve ou o atendimento às reivindicações. Como o governo não atendeu às reivindicações, só resta ao sindicato chamar a greve. Isso faz sentido. É uma trajetória para greve, não um rompante.

Hoje não estou muito ferina, estou mais analítica. É que o assunto é muito sério. Demorei para me posicionar porque estava intrigada, e por isso fiquei observando e avaliando a postura das duas entidades através das postagens nos sites de cada uma delas. E hoje estou segura o suficiente para falar do assunto. Aliás, nesse período que fiquei calada só observando vi mais um monte de coisas para falar. Nos próximos posts.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Grevista atrás de poste???





O pessoal da associação atlética dos servidores da justiça de Prudente esteve na minha unidade nessa semana. Explicaram que todos devem aderir à greve deles. Explicou que a associação não quer expor os funcionários. Discursinho bonito, esse. O plano é colocar um monte de gente da Força Sindical na frente da unidade fazendo a manifestação, ao invés dos funcionários. Tá mas... a greve é da Força Sindical ou é dos funcionários do sistema?

Olha gente, é o seguinte: não tem greve sem risco. Não tem greve sem grevista. E não tem terceirização de greve, isso é inovação da Força Sindical e de seu criador Paulinho da Força Sindical. Quem faz greve é funcionário que está de saco cheio de ser maltratado. E quem merece receber os bônus que se conseguirem com as greves é quem fez a greve.

O que eu tô vendo é um bando de molengas covardes que preferem ficar reclamando da vida do que enfrentar o governador. Aí ficam deliciados quando vem um demagogo e diz que a gente vai fazer greve, mas nenhum funcionário vai se expor. Como não vai se expor? Se fizer greve, se expõe. A ideia da greve é justamente essa: todo mundo que tá insatisfeito grita que está insatisfeito e cruza os braços.

É mais fácil e cômodo acreditar que alguém vai fazer tudo por nós, e nós nem vamos nos expor ao risco de ficar marcados por diretor ou ter dia descontado. Pena que isso é sonho, não é verdade.

E por falar em sonho, sabe qual é o meu sonho? Que a greve saia, e que seja bonita, com adesão da maioria das unidades. Sonho também que a gente consiga conquistar um salário mais adequado aos riscos que a gente corre no trabalho, e que a gente consiga arrancar do governo um plano de segurança real nas unidades, que faça com que ninguém mais tenha que apanhar de preso. Mas o melhor do sonho é agora: queria que todos os benefícios conquistados pela greve sejam aplicados somente aos que participaram da greve. Só assim esse povo vai deixar de ser besta e começar a lutar pelo que quer.

Abaixo os aproveitadores!

Ah, e se alguém ficou curioso... não, eu não me manifestei durante a reunião com o povo da associação atlética de Prudente. Deixei eles falarem e fiquei observando a reação das pessoas, principalmente dos mais reclamões. E percebi cada coisa... nem te conto!

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Quem tem bico é tucano!



 
Não faltava mais nada. Agora tem entidade que se diz sindicato defendendo que, para a gente ganhar mais dinheiro, trabalhe dobrado. A associação de Prudente quer que a gente faça bico para o próprio governo. Que ideia de jerico, como diria minha vó baiana!

Quero bico não. Quero é salário melhor. Na verdade, na verdade, o que eu quero é ter paz no meu trabalho, coisa que eu não tenho. O salário que a gente ganha – eu acho – nem é dos piores. Se a gente trabalhasse num ambiente mais tranquilo, mais seguro, se as coisas funcionassem direitinho no sistema, tava tudo bem.

Mas como não trabalhamos num mar de rosas, então eu quero mais salário sim. Eu já apanhei de presa, por sorte foi coisa pequena. Mas podia ser coisa grande. Lembro de um colega que apanhou tanto que ficou com não sei quantas fraturas. Isso eu não quero pra ninguém, nem pra mim, nem pros meus colegas. É um risco que a gente corre todos os dias. E pra correr esse risco, eu tenho que ganhar mais do que ganho atualmente.

O que eu tô querendo dizer é que entendo os colegas que fazem bico nos seus dias de folga. Mas mesmo entendendo, continuo achando injusto, porque a gente trabalha numa tensão desgraçada e precisa muito de descanso, de intervalo. Não é justo que a gente ainda tenha que trabalhar por fora. Menos justo ainda se esse trabalho por fora é numa unidade prisional!

Não gosto nem um pouquinho dessa ideia de bico legalizado. Quem começou com essa imbecilidade foi o Kassab com a PM. Sim, tenho policial militar na família e sei do que estou falando. Os trabalhadores terminam aceitando para complementar a renda. Mas sabe o que isso significa:

Menos tempo de descanso. Menos sossego. Menos tempo com a família. Risco dobrado. Adoecimento físico e mental. A qualidade de vida, que já não é das melhores, vai pro brejo de vez. A gente é ser humano, tem necessidades. Não dá pra se matar por um dinheirinho a mais – e, aliás, a gente nem vai ter tempo de desfrutar desse dinheirinho a mais, no máximo se livrar de mais algumas dívidas.

E não é só isso não. Bico legalizado é bom para o governo, que vai usar isso como desculpa para não contratar mais gente para trabalhar. Já pensaram nisso? Não, né? Olha o retrato: a gente já se acaba porque trabalha por dois ou por três, porque não tem funcionário suficiente para fazer tudo como se deve. Aí, ao invés do governo trazer mais pessoal para trabalhar, vai usar a gente mesmo pra cobrir a falta, só que a gente vai trabalhar no bico cansado. E vai adiantar de que para a nossa segurança? Nada. Eu prefiro ter ao meu lado colegas descansados, me sinto muito mais segura assim.

Esse bico é injusto com todo mundo, com quem faz e com quem precisa contar com um colega descansado para ajudar na segurança da unidade. Esse bico é um crime. E pelo que eu tô vendo, é bem capaz de virar realidade. Lasca é pensar que ele não foi imposto por esse governo que nem quer saber da gente. Ele foi é pedido por uma entidade que diz defender a gente.

Não me conformo.

 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Que tal "a bem do funcionário"?


Eu queria saber como é que funciona a tal da LPT. Já vi a lei, li o regulamento e tal. Mas continuo sem entender como ela funciona na prática.
Uma colega está tentando há quase dois anos se transferir para uma unidade feminina via LPT. Ela tá inscrita, aguardando sua vez de ser chamada. Não sei qual a colocação em que ela se encontra na lista. Ela tava me contando que, só no mês de novembro, dois homens foram transferidos "a bem do serviço público" para esta unidade que ela está aguardando para ser transferida.
O que vale mais, a LPT ou a transferência "a bem do serviço público"?
Aliás, que "bem do serviço público" é esse?
Por que é que tem tanta gente sendo transferida toda semana com essa desculpa?
Sei que tem os bondes. Mas sei também que boa parte das transferências não são por bonde. Apadrinhamento? Lembro do tempo em que essas transferências aconteciam com pagamento - pelo menos era essa a história que corria na época: você pagava e era transferido. Mas pagava caro, pelo que dizem. Não sei: sinceramente, nunca conheci alguém que tivesse confessado ter pago para ser transferido. Não sei se é mais uma lenda do sistema.
O que eu sei é que tem gente que entra na LPT espera, espera, e nada acontece. Enquanto isso, toda semana tem transferências a bem do serviço público.
É errado.
Ó próprio bonde é errado. Se alguém precisa ser afastado da sua unidade, isso precisa ser bem documentado, do tipo: se fez besteira, tem que responder a processo; se corre algum risco, tem que ser denunciado à polícia.
Defendo a LPT. Acho que é o caminho mais justo que temos para conseguirmos nossa transferência. Só que ela precisa ser prioritária de verdade - porque o que a gente vê hoje, é que as tais transferências a bem do serviço público é que são verdadeiramente tratadas com prioridade.
LPT rápida, transparente (essa movimentação devia constar no site da SAP, à vista de todos) e prioritária de verdade. Essa é a minha reivindicação de hoje.

E pra não dizer que não falei das flores... um tantinho de veneno: cadê a redução de classes que o pequenolfo jurou de pé junto que tinha conseguido com o amiguinho dele, o pinalckmin?