quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Espelho, espelho meu...


Caraca. Toda cara de pau tem que ter limite.
Que o governo queira desmobilizar a categoria, tudo bem, eu entendo. É anti-democrático, mas o que a gente vai esperar desse governo que não dá a menor atenção ao trabalhador? O governo acha muito melhor pra ele que 40 mil servidores fiquem caladinhos, brigando entre si, desunidos. É imoral, mas é compreensível.
Agora, as próprias entidades sindicais se mexerem no sentido de desmobilizar a categoria? Isso é ilegal, imoral, engorda, e é inadmissível.
É, estou falando de novo da associação desportiva sindasp. Daniel, sempre. Já confessei que não gosto mesmo dele, acho que ele é um pavão que pensa que nós somos as suas belas plumas. Somos não, moço. Somos agentes de segurança penitenciária, e isso não é pouco. Engraçado como a gente vive trabalhando junto com malandro nas unidades prisionais, e tem alguns de nós que ainda não conseguem identificar os malandros que ainda estão fora das grades.
Como sempre, Daniel não toma uma posição só. Quer parecer bem na foto de todo jeito. Na nota oficial que ele fez (tem a cara dele mesmo) e publicou no site do clube sindasp, ele diz que vai incentivar todo associado dele que quiser ir para o ato público que a outra entidade, o sifuspesp, tá organizando. Bonzinho, o moço, né? Quer contribuir para a luta da categoria, acima de vaidades... só que não.
Aí, logo depois desse momento de bom-mocismo-politicamente-correto, ele solta as garras e tira a máscara. Esculhamba o ato, diz que é coisa de gente egoísta e egocêntrica (que bonito... ele sabe MESMO o que é egocentrismo). Se fosse coisa de gente egocêntrica, ele estaria no meio, claro.
A tentativa é clara: ele tá orientando seu povo a não ir para o ato. Só porque não foi o sindasp quem organizou, como se a categoria se limitasse aos seus filiados. Tá vendo que ele entende mesmo de egocentrismo? Hohoho...
E os ASPs, que tavam doidos para arranjarem uma desculpa para não ter que tirar a bunda da cadeira, estão aproveitando agora para dizer que não vão ao ato “porque os sindicatos vivem brigando”. Faz-me rir, hahaha. Não vão porque não querem. Assumam isso. Por que somos acomodados. Por que a gente pensa que sindicato é serviçal que você diz “pega isso pra mim” e o cara vai e pega.
Seguinte: dane-se Daniel, dane-se sindasp, dane-se sifuspesp, dane-se qualquer sindicato. O que interessa para a gente, que trabalha no sistema prisional paulista é que finalmente alguma entidade nos deu o apoio necessário para a gente se mobilizar de verdade.
Vamos aproveitar isso. É raro. E é importante, para quem realmente se importa em melhorar a qualidade de vida profissional.
Eu já disse e repito: eu vou. Nem que vá só meia dúzia de gente, eu vou. E depois, não vou perder a oportunidade de jogar na cara de quem não foi ao ato: toda vez que reclamar de alguma coisa no trabalho, eu vou dizer, batendo no peito: eu fui para o ato pra mudar isso. E você, por acaso foi?  Não? Pois é... agora não adianta chorar pelo leite derramado.

Governador Alckmin, Daniel do sindasp: estou torcendo pra que vcs quebrem a cara de pau que têm. E logo.




sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Eu já sabia!



Quem achou que o excelentíssimo governador Pinóquio iria se dar ao trabalho de ir a uma audiência para falar com funcionários?
Logo esse governador, que nem cumpre a data base?
Esse cara tá acostumado a descumprir lei.
Esse cara não conversa com trabalhador.
Esse cara não ia se deixar intimidar com uma canetada.
Esse cara só escuta quem grita. Ou a gente grita e diz que o negócio tá ruim pro nosso lado, ou ele vai continuar na barriga da baleia branca do estado, sem saber o que acontece do lado de fora.
Aliás, a audiência nem ia ser uma audiência. Tava mais pra um encontro de pinóquios, uma reunião entre quem diz que faz e não faz, com quem nem diz que faz e continua sem fazer. Daniel e Alckmin: tudo a ver.
Tem um colega que tava tirando onda na unidade. Acreditou no papinho de que se a gente se unisse aos policiais o governador ia atender a gente. Ora, e policial quer lá saber da gente? Hahaha...
Tô doida pra ver a cara desse coleguinha agora, depois que seu queridinho ficou com cara de tacho esperando a noiva no altar.
Tava morrendo de curiosidade para saber o desfecho dessa história. E me decepcionei, porque o final nem foi bom e nem surpreendeu ninguém. Mas pelo menos eu vou poder tirar onda com que acreditava que isso ia dar em alguma coisa.
Para os desavisados: eu não estava torcendo contra essa audiência. Eu só não estava acreditando. Eu sou a favor de qualquer ação que possa ajudar a gente a melhorar nossa condição. Vale tudo, mas tudo mesmo. Desde que a tentativa seja séria. Esse negócio de pegar carona na briga dos outros é que não me convence, e me deixa fula da vida.
E o que me deixa fula da vida também é ver um fulano querendo usar a gente pra se promover.
E chega, que hoje estou de TPM.




sexta-feira, 16 de agosto de 2013

E se der pau na máquina, hein?


Esse povo tá doido. Ou tá confiante demais nesse governo pro meu gosto.
O tal do "plebiscito da automação" chegou na minha unidade. O diretor chamou a gente pra dizer que o secretário deu a chance dos diretores escolherem se queriam a unidade automatizada ou mecanizada.
O povo escolheu a automação.
E eu quero a minha transferência antes que essa maluquice chegue aqui.
LPT já! LPT, LPTE, LPTR, união de cônjuge, bonde, qualquer coisa. Quero sair daqui.
Eu penso o seguinte: dá pra confiar que o governo vai cuidar direitinho da manutenção dos equipamentos de automação? E se falhar, o que é que a gente vai fazer?
O povo tá votando sem nem saber qual a diferença entre um e outro.
Na automação, o ser humano não interfere em nada. Tudo acontece segundo a programação da máquina.
Na mecanização, o ser humano é quem determina o que a máquina vai fazer. Mas precisa de uma ação humana, nem que seja para apertar um botão para comandar a ação da máquina.
O meu sonho é a automação, não vou mentir. Só que eu trabalho no sistema prisional paulista. Sabe o que isso quer dizer? Quer dizer que eu não tenho nem uma cadeira com quatro pés inteiros para me sentar. Quer dizer que eu ganho mal e o governo não tá nem aí para isso. Quer dizer que não dá pra confiar que os equipamentos vão ter a manutenção certinha. Quer dizer que eu sei que os presos vão fazer de tudo para quebrarem esses equipamentos. Ou alguém aqui discorda?
Meu sonho é a automação. Mas desse jeito não.
Alguém sabe de alguma unidade que não vai ser automatizada, e sim mecanizada? Quero ir para ela. Sei que vou correr muito menos risco se o controle do "abre e fecha" de portões ficar nas minhas mãos ou nas mãos de um colega. É só apertar um botão e pronto, tudo vai estar aberto ou fechado. E se o botão falhar, temos o plano B: a operação manual, igualzinho ao que a gente faz hoje.
E se o equipamento de automação parar, como é que a gente fica, hein???




quarta-feira, 14 de agosto de 2013

E todo mundo devia ir. Pronto, falei.


Queridas fãs e queridos "fãos", qual de vocês me enviou um vírus tão poderoso que eu perdi meu PC velhinho? Tem nada não, agora estou de volta com um notebook novinho. É vagabundo, mas funciona direitinho. E é novo. Seis prestações e tá pago.
E cá estou de volta.
Eu tenho visto no facebook que o Sifuspesp está colocando foto dos diretores convidando o pessoal para participar do ato público do dia 6. Eu não sou diretora de sindicato, e nem vou postar foto minha com a plaquinha, mas quero fazer o meu convite também. Vamos participar, pessoal. É agora ou nunca.
A gente vive reclamando (eu também) que os sindicatos não fazem nada de novo por nós. Oras, agora tá fazendo, ou pelo menos tá tentando fazer. Não vou deixar escapar essa oportunidade e também queria muito que meus colegas não deixassem.
Pensa bem. O que eu acho de mais desaforo que a gente leva é do governo. É muita cara de pau nem dar uma resposta pra gente. O governador tá pensando que é o que, pra tratar seus funcionários assim, com esse desprezo todo? Se pensa que é Deus, eu acho que tá mais perto é do outro, do diabo.
Eu não sei vocês, mas eu tô cansada dessa mesmice. Todo ano é esse inferno pra gente conseguir um reajustezinho que seja. Data base o governo não cumpre mesmo, não tem jeito. E o bandido não cumpre a lei e nem é preso. Nem uma multazinha esse governo recebe por não cumprir a lei da data base. É demais, né não?
E né só aumento não. Eu quero que esse governo respeite o esforço que eu faço pra trabalhar dentro de penitenciária. Eu quero que ele dê punição para diretor ruim, que quer obrigar a gente a fazer o que não é nossa função e que vive ameaçando ou sacaneando a gente. Eu quero poder denunciar as coisas erradas sem medo de sofrer punição por isso. Eu quero voltar a receber ticket, reajustado todo ano. Eu quero não ficar cismada toda vez que uma presa chega junto de mim, pois pode me agredir de uma hora para outra. Eu quero segurança. Quero que os meus direitos sejam respeitados. Quero trabalhar em unidade sem superlotação de bandido. Eu quero um monte de coisas, na verdade. E é por isso que eu vou, sim, ao ato.
Eu acho que essa é a melhor chance que a gente tem de mudar as coisas. Se mobilizando, se juntando, protestando, gritando, reivindicando. E queria muito que os meus colegas pensassem assim. Porque uma andorinha só não faz verão, e quanto mais gente for para o ato, mais poder vamos ter de agora em diante.
Tá dito.
Eu vou. Porque ficar em casa sentada esperando a morte chegar é para os fracos. Eu sou ASP, não sou fraca. Eu vou.